Paz não significa apenas a ausência de guerras, de disputas políticas, sociais ou econômicas; mais do que isso, paz é um estado de tranqüilidade e progresso social, caracterizado pelo relacionamento saudável e cordial entre indivíduos ou povos. O estado de Paz ou Guerra observado em uma sociedade é, na verdade, o reflexo coletivo do grau de Paz interior de cada indivíduo.
Para haver Paz externa é preciso haver Paz interna. Nossas energias maiores devem ser empregadas no intuito de resolvermos nossos conflitos interiores e deixar que nosso exemplo contagie os demais. É muito pouco produtivo despendermos esforços para transformar o mundo externo de maneira impositiva.
É claro que estando o indivíduo em Paz consigo mesmo, naturalmente estará em paz em seu lar, com sua família, no trabalho, etc; não mais agredirá a seus semelhantes, à natureza e, principalmente, a si mesmo.
Assim, propomos que, para alcançar esses objetivos, o homem deve alcançar a harmonia com quatro fatores básicos e interligados: com o próprio Indivíduo, com a Comunidade, com a Natureza e com o Sagrado. As ações desenvolvidas por esta fundação visam, portanto, criar condições para que estes quatro objetivos sejam atingidos de maneira mais rápida e suave possível.
A busca da paz e da felicidade é inerente a qualquer indivíduo, não há quem busque, deliberadamente, o sofrimento e a dor. Ainda assim, mesmo com todos os indivíduos do planeta buscando a alegria e a felicidade, o que encontramos é uma humanidade triste, doente, desconsolada e sofrendo dores atrozes, morais e físicas. Por que será que o resultado é exatamente o oposto do esperado? Será que o sofrimento é uma contingência inevitável da vida e estejamos todos destinados a padecer desde o nascimento até a morte? Acreditamos que não, e que é possível alcançarmos a felicidade de todos.
O problema maior não é o desejo de ser feliz e de ter progresso, mas sim o que consideramos felicidade e progresso e a maneira que buscamos atingi-los. Enquanto acreditarmos que para ter sucesso precisamos ser melhores que os outros, ter poder sobre nossos semelhantes ou acumular bens materiais, continuaremos vítimas do sofrimento e da insatisfação. O sucesso não é determinado pela comparação entre indivíduos, mas sim pelo quanto alguém progride em relação a si mesmo e ao seu próprio potencial.
Por outro lado, a felicidade não pode ser encarada como um objeto absoluto, uma meta pré-determinada. A felicidade maior está justamente em poder contemplar a eterna mutação da vida e acompanhá-la de forma suave e natural, se modificando e se aperfeiçoando a cada dia.
Por fim, o maior obstáculo para sermos felizes é o fato de que buscamos a felicidade do eu, a realização pessoal. Funcionamos em sociedade como um "cabo de guerra" com inúmeras cordas dispostas de maneira radial, como uma estrela, em que cada um puxa para seu lado e ninguém sai do lugar.
Em síntese, se você quer ser feliz, faça seu próximo feliz.
Cada indivíduo é um universo em si mesmo, a vastidão interior é comparável à vastidão do cosmos. Raros são os que buscam conhecer a vastidão interior, a maioria prefere poupar-se o trabalho, mantendo-se na ignorância. O resultado é a criação de um hiato, um abismo entre o interior e o exterior, gerando a dualidade e o conflito, o sujeito e o objeto. A dor e o sofrimento são conseqüências dessa fragmentação que se espalha por tudo que o homem toca.
A personalidade humana expressa-se através de pensamentos, sentimentos e ações; deveria haver um perfeito entrelaçamento dessas três instâncias. Para termos Paz devemos direcionar nossos Pensamentos no sentido da Sabedoria; nossos sentimentos no sentido do Amor; nossas ações no sentido da Evolução.
Três grandes venenos são os causadores das distorções da personalidade, são eles: egoísmo, vaidade e orgulho.
Se um indivíduo quer ter Paz interior, deve procurar eliminar estes venenos, cultivar a humildade, a simplicidade e a pureza de intenções. Deve ter paciência e perseverança. Saber que o caminho é longo e demorado, que a conquista maior (de si mesmo) é feita no silêncio. Compreender que o crescimento leva o homem a servir, não a ser servido; que os maiores tesouros são imateriais e eternos.
Vamos então ajudar a propagar essas realidades e acredita que com esforço poderemos criar uma nova sociedade, um novo homem, livre desses venenos, e seremos todos mais felizes.
O Sagrado
Todos os povos do planeta têm suas formas peculiares de se relacionar com o Sagrado, com as realidades divinas. Todas as religiões ou manifestações místicas devem ser igualmente respeitadas, tendo a garantia de liberdade de expressão.
O grande paradoxo é que, embora as religiões devam ser motivo de concórdia e união entre os povos, o que se observa na prática é que têm servido para separar indivíduos e nações.
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